Mais um declínio relatado por compradores na atividade de construção na zona do euro não é, sem dúvida, uma boa notícia, mas obscurece uma mensagem mais positiva: a confiança em alguns dos principais mercados está finalmente retornando.
Imagem: PRILL Mediendesign
A atividade no setor de construção da zona do euro voltou a recuar em maio, segundo os dados mais recentes do Índice de Gerentes de Compras (PMI) divulgado pelo Hamburg Commercial Bank (HCOB). O índice registrou 45,6, abaixo dos 46,0 em abril, indicando uma aceleração na contração do setor (leituras abaixo de 50,0 apontam retração).
O resultado mantém a tendência negativa iniciada em 2022, com o setor sem registrar expansão desde então. A pesquisa destaca uma queda mais acentuada na Alemanha e na França, sendo esta última responsável pela pior performance dos últimos três meses.
Em contraponto, a Itália continua a se destacar positivamente: as construtoras italianas relataram crescimento na atividade pelo terceiro mês consecutivo, ainda que com ritmo marginal. Também houve expansão nos novos pedidos no país, ao contrário do que se observou na França e na Alemanha, onde a queda nos pedidos se intensificou.
O setor imobiliário foi novamente o segmento mais afetado em toda a zona do euro, seguido por reduções também relevantes nas atividades comerciais e de engenharia civil.
Apesar do cenário de retração, o estudo indica que as empresas de construção mantêm expectativas otimistas para o desempenho do setor ao longo dos próximos 12 meses, apostando em uma recuperação gradual com base na melhora do ambiente econômico.
A atividade no setor de construção da zona do euro sofreu nova retração em maio, segundo o Índice de Gerentes de Compras (PMI) do Hamburg Commercial Bank (HCOB), que registrou 45,6 pontos, queda em relação aos 46,0 de abril. Valores abaixo de 50 indicam contração. Este é o mais recente de uma sequência contínua de resultados negativos desde 2022.
A França apresentou a pior performance, com a queda mais acentuada em três meses, acompanhada por declínio contínuo na Alemanha. Em contraste, a Itália foi o único destaque positivo, com crescimento da atividade pelo terceiro mês consecutivo e expansão nos novos pedidos.
Entre os segmentos, o setor imobiliário continua sendo o mais afetado, seguido por quedas nas atividades comerciais e de engenharia civil.
Apesar do cenário desafiador, houve uma surpreendente melhora no sentimento empresarial. Pela primeira vez em mais de três anos, as construtoras da região expressaram otimismo em relação ao próximo ano, com a confiança se aproximando da média histórica. O índice de atividade futura na Alemanha atingiu o maior nível em 40 meses, enquanto na Itália chegou à máxima em 12 meses.
Já a França se mantém como exceção: o sentimento empresarial caiu ao nível mais pessimista em três meses. “Apesar do cenário desolador, o otimismo recém-descoberto precisará ser sustentado por sinais concretos de recuperação para evitar se tornar apenas mais um falso amanhecer”, destacou Norman Liebke, economista do HCOB.
Outro ponto de atenção foi a redução contínua nos níveis de emprego e nas compras, indicando fragilidade na demanda em todo o bloco.
Reino Unido dá sinais de estabilização no setor de construção
No Reino Unido, os sinais também são de enfraquecimento, mas com alguma melhora. O PMI da construção civil, medido pela S&P Global, subiu de 46,6 em abril para 47,9 em maio, indicando desaceleração no ritmo de queda.
O setor de construção residencial liderou as perdas (45,1), seguido por engenharia civil (45,9, em contração pelo quinto mês consecutivo). O setor comercial caiu marginalmente (49,5) e registrou sua menor taxa de declínio desde o início da crise em janeiro.
Os novos pedidos também recuaram em maio, mas no ritmo mais lento dos últimos quatro meses. Empresas relataram que a demora na tomada de decisões dos clientes e cortes orçamentários foram os principais fatores para a retração.
“O setor da construção continuou a se ajustar à carteira de pedidos mais fraca em maio, o que levou a reduções sustentadas na produção, contratação de pessoal e compras. No entanto, a pior fase dos cortes de gastos pode ter passado, já que o total de novas obras caiu a um ritmo muito mais lento do que o recorde de quase cinco anos registrado em fevereiro”, avaliou Tim Moore, diretor econômico da S&P Global Market Intelligence.
Além disso, o cenário de expectativas também melhorou significativamente. 39% dos entrevistados esperam aumento nos níveis de produção nos próximos meses, contra 16% que projetam queda — o maior nível de otimismo desde dezembro de 2024.
