Mesmo diante de uma forte retração na concessão de crédito para aquisição de imóveis, o setor da construção civil continua sendo um dos grandes motores da geração de empregos no Brasil.

De acordo com dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o primeiro semestre de 2024 registrou a criação de mais de 160 mil novos postos formais no setor.
O desempenho representa quase 15% de todos os empregos com carteira assinada gerados no país no período, consolidando a construção como o segundo setor que mais emprega no Brasil. Esse resultado mantém a tendência positiva observada desde 2020, após a recuperação do setor pós-pandemia.
Por outro lado, o setor enfrenta desafios significativos na área de crédito, especialmente no financiamento à produção e aquisição de imóveis. Segundo a CBIC, o volume financiado com recursos da poupança (SBPE) caiu 47,5% no primeiro semestre, em comparação ao mesmo período de 2023. O total de unidades financiadas também sofreu uma queda acentuada de 42,4%.
O presidente da CBIC, José Carlos Martins, destaca a resiliência do setor diante da escassez de crédito, mas alerta para a necessidade de medidas que melhorem o ambiente de negócios:
“Apesar das dificuldades, a construção continua gerando empregos. Porém, para que esse ritmo se sustente, é essencial ampliar o acesso ao crédito e reduzir o custo de financiamentos”, afirma.
Uma das saídas para manter o fôlego do setor tem sido a atuação do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que registrou alta de 14% nas contratações de novas unidades habitacionais no semestre. A CBIC defende o fortalecimento do programa como política estratégica para garantir moradia popular e manter a atividade econômica da construção.
Perspectivas
Mesmo com os sinais de alerta, o setor mantém otimismo moderado para os próximos meses. A expectativa é de que, com a manutenção da taxa básica de juros em queda e maior previsibilidade econômica, o mercado volte a se aquecer, especialmente no segmento de habitação de interesse social.