O setor de construção dos Estados Unidos gerou apenas 2.000 novos empregos líquidos em julho, segundo análise da Associated Builders and Contractors (ABC) com base nos dados do Bureau of Labor Statistics (BLS). A entidade classificou o crescimento como “anêmico” e destacou sinais de estagnação em grande parte do setor.

O setor da construção civil nos EUA criou 96.000 empregos nos últimos 12 meses – um aumento de 1,2%. Apesar disso, o desempenho foi classificado como fraco pelo economista-chefe da Associated Builders and Contractors (ABC), Anirban Basu, que alertou para um cenário semelhante ao de períodos de recessão.
“O setor criou apenas 7.000 empregos nos últimos quatro meses”, afirmou Basu. “Esse ritmo de crescimento é historicamente observado durante ou logo após recessões.”
Em julho, os ganhos se concentraram no segmento não residencial, que adicionou 6.400 vagas, sendo:
- 6.000 em engenharia pesada e civil,
- 1.900 em ofícios especializados não residenciais.
Já o setor de construção civil residencial perdeu 1.500 vagas e foi citado como o mais fraco no atual ciclo. Mesmo assim, Basu destacou que a construção não residencial continua com desempenho relativamente forte, sustentada por níveis estáveis de backlog (pedidos em atraso).
“É possível que a fraqueza esteja limitada ao lado residencial da indústria durante o segundo semestre de 2025”, projetou Basu.
A taxa de desemprego no setor permaneceu estável em 3,4% em julho, enquanto a taxa nacional subiu de 4,1% para 4,2%.
Sinais de desaceleração preocupam o setor
A Associated General Contractors of America (AGC) também demonstrou preocupação com uma possível desaceleração mais ampla. Apenas 180 das 360 áreas metropolitanas monitoradas criaram empregos no setor entre junho de 2024 e junho de 2025 – cerca de 35 regiões a menos do que no período anterior.
“A atividade de construção está em pausa em grande parte do país”, declarou Ken Simonson, economista-chefe da AGC.
A entidade aponta como principais fatores de estagnação:
- Taxas de juros elevadas,
- Incertezas na política comercial,
- Déficit de mão de obra qualificada.
O CEO da AGC, Jeffrey Shoaf, pediu mais clareza do governo Trump sobre a política de tarifas e defendeu que a fiscalização migratória seja focada em atividades criminosas, e não na força de trabalho indocumentada.