Um dos cases de sucesso está no Centro de São Paulo, onde o Programa Requalifica Centro tem incentivado esse tipo de intervenção.

Modernizar edificações existentes sem demolir sua estrutura é a proposta do retrofit, movimento que vem ganhando força no setor da construção civil.
Diferente de uma simples reforma, o retrofit é planejado para atualizar tecnologias e adequar os imóveis às normas técnicas e ambientais mais recentes, promovendo melhorias estéticas, funcionais, de conforto e de eficiência energética.
Um dos cases de sucesso está no Centro de São Paulo, onde o Programa Requalifica Centro incentiva projetos desse tipo por meio de benefícios como isenção de impostos.
“A demanda por esse tipo de projeto cresceu nos últimos anos ao se tornar essencial para que construções ‘desatualizadas’ para o mercado imobiliário voltassem a ter valor e visibilidade – caso do Centro de SP”, afirma a arquiteta Paula Linares, de São Paulo.
Segundo ela, a escassez de terrenos em áreas centrais, a busca por sustentabilidade e a mudança de uso das edificações no pós-pandemia impulsionaram a tendência. “O retrofit garante a criação de novos espaços e conceitos interessantes aproveitando os ambientes existentes.”
Mas a tendência não se restringe à capital paulista. A arquiteta Giovanna Cunha, de Cuiabá (MT), destaca que o movimento está em ascensão em todo Brasil.
“Cada vez mais as pessoas têm percebido que modernizar um imóvel existente pode ser mais estratégico do que construir algo do zero. Isso acontece tanto pelo ganho de valorização quanto pelo aspecto sustentável de reaproveitar estruturas. Em Cuiabá, por exemplo, o retrofit adapta edificações para um melhor desempenho térmico, eficiência energética e modernização de acabamentos. É uma oportunidade enorme para o setor”, explica.
O retrofit também é reconhecido globalmente como uma prática sustentável. Um exemplo é o Empire State Building, em Nova Iorque (EUA), cujo projeto reduziu o consumo de energia em 38%, gerando uma economia anual de US$ 4,4 milhões. Em projetos residenciais, o impacto pode ser ainda maior, com reduções no consumo de energia entre 50% e 75%.
“O retrofit é uma resposta inteligente às necessidades atuais do mercado e das cidades. Modernizar imóveis já existentes é uma forma de contribuir para uma urbanização mais sustentável”, finaliza Giovanna.