O setor da construção civil nos Estados Unidos registrou em agosto a terceira queda consecutiva no número de empregos, de acordo com análise do Bureau of Labor Statistics (BLS) elaborada pela Associated Builders and Contractors (ABC).

Segundo o levantamento, foram 7.000 vagas a menos em agosto em comparação ao mês anterior. No entanto, na comparação anual, o setor ainda acumula 58.000 novos postos de trabalho, um crescimento de 0,7%.
Desempenho por segmento
Na construção não residencial, houve redução de 1.200 empregos, puxada principalmente pela queda de 3.300 postos em obras não residenciais e 200 no comércio especializado. Em contrapartida, a engenharia pesada e civil foi o único segmento a registrar crescimento, com 2.300 novas vagas.
Impacto da imigração
Apesar das perdas, a taxa de desemprego na construção civil recuou para 3,2% em agosto, atingindo o menor patamar já registrado. Esse dado contrasta com o aumento do desemprego geral no país, que subiu de 4,2% em julho para 4,3% em agosto.
Especialistas apontam que esse movimento pode estar relacionado às ações do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE), que frequentemente realiza batidas em canteiros de obras devido à alta presença de trabalhadores imigrantes no setor. Pesquisas da Associação Geral de Empreiteiros da América (AGC) revelam que 10% das empresas entrevistadas relataram que funcionários deixaram de comparecer ao trabalho por medo de operações policiais.
Perspectivas do setor
De acordo com o economista-chefe da ABC, Anirban Basu, o setor perdeu empregos em todos os últimos três meses, e apenas o segmento de engenharia pesada e civil conseguiu gerar vagas em agosto.
Apesar do cenário desafiador, marcado por alta nos preços de materiais e redução nos investimentos em obras, as empresas de construção permanecem otimistas. O Índice de Confiança da Construção da ABC mostra que os empreiteiros ainda projetam vendas positivas para os próximos seis meses.
Basu, no entanto, alerta que a expectativa do mercado por cortes nos juros pode não se refletir em redução imediata dos custos de financiamento, fator que pode continuar pressionando o setor.
