O 3º Seminário da Industrialização na Construção, realizado pela AsBEA-RS em parceria com o Sinduscon-RS, reuniu especialistas e representantes da cadeia produtiva para discutir caminhos que impulsionem a produtividade, ampliem o acesso à habitação e reforcem práticas de sustentabilidade no setor.

Na tarde de 10 de setembro de 2025, a AsBEA-RS e o Sinduscon-RS promoveram o 3º Seminário da Industrialização na Construção, realizado no Teatro do Sinduscon-RS, em Porto Alegre. O evento reuniu especialistas, empresas e representantes de toda a cadeia produtiva da construção civil, destacando tendências que vêm transformando o setor.
O encontro deu foco a tecnologias como módulos offsite, madeira engenheirada e fachadas industrializadas, que apontam caminhos para superar gargalos históricos, como baixa produtividade, longos prazos de execução e escassez de mão de obra.
Industrialização como resposta aos desafios
Segundo Roberto Sukster, vice-presidente do Sinduscon-RS, a industrialização da construção civil é a única forma de superar os desafios estruturais do setor. O modelo permite obras mais limpas, com maior previsibilidade, qualidade e rapidez, além de trazer atratividade também para edificações residenciais.
Em 2024, a construção civil registrou crescimento de 4,3%, atingindo um PIB setorial de R$ 359,5 bilhões. Apesar desse avanço, apenas 34,6% das empresas utilizam sistemas pré-fabricados, segundo a FGV IBRE — sinal de que ainda há espaço para expansão.
Projetos de destaque
Entre as novidades do seminário, a Brasil ao Cubo apresentou um projeto piloto em Tubarão (SC), dentro do programa Minha Casa Minha Vida. A proposta prevê a construção de torres residenciais de seis andares, com prazo de entrega de apenas seis meses – um marco de agilidade e inovação para o setor.
“Somos pioneiros no setor modular no Brasil e conseguimos evoluir de uma fabricação mais artesanal para a produção em larga escala, utilizando a filosofia lean. Agora estamos direcionando esforços para o segmento residencial, com foco em edifícios de múltiplos pavimentos no Minha Casa Minha Vida”, destacou Jonathan Degani, engenheiro da empresa.
O evento também trouxe a palestra de Hélio Olga, sócio-fundador da ITA Engenharia em Madeira, sobre o papel da madeira na construção do século XXI, e de Willian Medeiros, diretor técnico da STO, que apresentou soluções em painéis pré-fabricados com isolamento térmico.
Debate sobre futuro e inovação
Para Raquel Hagen, presidente da AsBEA-RS, o seminário cumpre um papel essencial ao desmistificar percepções equivocadas de que novos sistemas construtivos não são aceitos pelo cliente ou resultam em custos mais altos.
“A industrialização é irreversível, especialmente diante da escassez de mão de obra. Nosso evento mostra que inovação e viabilidade podem caminhar juntas”, afirmou.
Já Vicente Brandão, diretor da AsBEA-RS e idealizador do seminário, ressaltou:
“O evento trouxe soluções inovadoras e sustentáveis e ofereceu uma visão de futuro, contribuindo para obras e projetos no Rio Grande do Sul.”
O 3º Seminário da Industrialização na Construção contou com patrocínio da Hunter Douglas e STO, além de apoio do Banrisul e da FIERGS, consolidando Porto Alegre como um polo de debate e difusão de práticas inovadoras para o futuro da habitação no Brasil.