
Incerteza pode retirar US$ 2,5 trilhões da construção global em 2025, aponta estuda.
A instabilidade econômica e operacional ameaça reduzir em até US$ 2,5 trilhões o valor da atividade global da construção em 2025, segundo o novo Índice de Certeza da Construção, divulgado pela consultoria internacional Currie & Brown.
O levantamento entrevistou 1.000 líderes globais de projetos, cada um responsável por obras com média de US$ 12,9 bilhões em investimentos. O resultado revelou que, no último ano, os projetos sofreram perdas financeiras equivalentes a 13,7% de seu valor, o que representa cerca de US$ 2,1 bilhões por organização.
Além disso, 25% dos projetos foram cancelados, 32% reduzidos e 29% sofreram atrasos devido à incerteza no setor.
Principais fatores de risco
Entre as causas mais apontadas pelos executivos estão:
- Inflação dos custos de materiais;
- Volatilidade dos preços de energia;
- Interrupções na cadeia de suprimentos;
- Escassez de mão de obra qualificada.
Apenas 20% dos líderes afirmaram estar plenamente confiantes em concluir seus projetos dentro do orçamento no cenário atual. Para os próximos dois anos, a percepção é ainda mais pessimista: 61% esperam aumento da inflação de materiais e 56% preveem maior instabilidade nos preços da energia.
Caminhos para resiliência
O relatório sugere quatro pilares para reduzir riscos e fortalecer o setor:
- Tecnologia: adoção de soluções digitais estratégicas;
- Dados: gestão integrada e interpretação baseada em experiência prática;
- Pessoas: planejamento de habilidades, aumento da produtividade com tecnologia e parcerias duradouras;
- Mentalidade: agilidade, adaptabilidade e gestão proativa de riscos.
Construção em alerta
Para o CEO global da Currie & Brown, Alan Manuel, o momento é crítico:
“Em mais de 40 anos no setor, nunca vi um mercado tão persistentemente incerto. Se não controlarmos os desafios atuais, a disrupção só aumentará. A construção é vital para sustentar economias e melhorar vidas — este setor é importante demais para ficar para trás.”