
Imagem: cortesia da National Highways
O Lower Thames Crossing, projeto de infraestrutura avaliado em £10 bilhões, se tornou o primeiro grande programa do Reino Unido a adotar a meta de construção neutra em carbono. O marco inicial veio com a operação, em campo, de uma retroescavadeira movida a hidrogênio da JCB, utilizada em atividades de levantamento topográfico em Gravesend, Kent.
A máquina, operada pela Skanska com suporte da Flannery Plant Hire e abastecimento fornecido pela Ryze, marca a primeira utilização de um motor de combustão interna a hidrogênio fora de ambientes de teste. Segundo a National Highways, responsável pelo empreendimento, a novidade deve evitar a emissão de mais de uma tonelada de CO₂ equivalente no primeiro mês de uso.
A iniciativa integra a estratégia da agência britânica de eliminar o diesel dos canteiros até 2027, respaldada pela maior compra de hidrogênio verde já realizada no país para um projeto de construção. Além disso, o Lower Thames Crossing se comprometeu a reduzir sua pegada de carbono em 70%, adotando aço e concreto de baixo carbono e compensando emissões residuais até o início da próxima década.
“O projeto provará que a indústria da construção britânica tem a visão e as habilidades para impulsionar o crescimento de forma sustentável, beneficiando o meio ambiente local”, afirmou Matt Palmer, diretor executivo do Lower Thames Crossing.
Para a JCB, o teste em campo é um marco histórico. “É a primeira vez que o hidrogênio demonstra seu potencial como combustível neutro em carbono em uma máquina de construção de grande porte no Reino Unido”, destacou Steve Fox, diretor administrativo de grandes contas globais da fabricante.
A retroescavadeira está em fase final de validação e deve entrar em produção em larga escala em 2026, na fábrica da JCB em Staffordshire.
Com autorização de planejamento obtida em março de 2025, o Lower Thames Crossing pretende dobrar a capacidade viária sobre o Tâmisa, aliviar o tráfego da Dartford Crossing e criar uma rota estratégica de carga ligando o Sudeste da Inglaterra ao Norte e Midlands. As obras devem começar em 2026, com inauguração prevista para o início da década de 2030.