ICEI cai pelo sétimo mês consecutivo e expectativas futuras ficam negativas após 30 meses.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) voltou a registrar queda em julho, atingindo 47,3 pontos, informou nesta sexta-feira (11) a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Este é o sétimo mês consecutivo abaixo da linha de confiança (50 pontos), configurando a segunda pior sequência negativa da série histórica, atrás apenas do período crítico de 2015 e 2016.
Expectativas Industriais se Tornam Negativas
O destaque do levantamento foi a mudança no Índice de Expectativas, que caiu 1,2 ponto, para 49,7 pontos – primeira vez abaixo do nível de confiança desde janeiro de 2023. Com isso, as perspectivas para os próximos seis meses tornaram-se negativas, encerrando 30 meses de otimismo moderado na indústria.
Juros Elevados Acentuam Pessimismo
A alta da taxa Selic, elevada para 15% na última reunião do Copom, é apontada como um dos principais fatores para a piora no sentimento do setor. Segundo Larissa Nocko, especialista em Políticas e Indústria da CNI, os juros elevados:
- Encarecem o crédito,
- Enfraquecem a atividade econômica,
- E intensificam a percepção negativa sobre o futuro.
“O fato de os juros terem subido ainda mais contribuiu para aprofundar a queda nas expectativas e a falta de confiança dos industriais”, afirmou Nocko.
Avaliação das Condições Atuais Também Piora
O Índice de Condições Atuais recuou 1,7 ponto, para 42,4 pontos, indicando que os empresários veem o presente como pior que há seis meses, tanto em relação à economia quanto aos próprios negócios. O descontentamento se acentuou em julho, reforçando o cenário de deterioração.
Impactos na Economia e Necessidade de Medidas de Estímulo
A combinação de queda na confiança e piora nas expectativas sugere que o setor industrial poderá rever planos de investimento e contratação, o que tende a impactar negativamente a economia nos próximos trimestres.
A CNI defende a adoção de medidas para estimular o crédito, destravar investimentos e garantir estabilidade macroeconômica, com o objetivo de reverter o pessimismo e reaquecer a atividade industrial.