Apesar de continuar crescendo em 2025, o setor da construção civil começa a sentir os efeitos das incertezas econômicas. De acordo com a mais recente Sondagem da Construção divulgada pelo FGV IBRE, o nível de otimismo entre os empresários recuou, refletindo preocupações com o cenário macroeconômico.

Entre os principais entraves apontados pelo levantamento estão o aumento dos custos trabalhistas e a escassez de mão de obra qualificada — dois fatores que têm pressionado margens e dificultado a expansão das atividades.
Embora o setor tenha mantido um ritmo positivo de crescimento nos primeiros meses do ano, o ambiente de negócios mais instável, somado a expectativas mais cautelosas sobre juros, inflação e investimentos públicos, contribui para um clima de maior incerteza entre os executivos da construção.
O levantamento também indica que, apesar da demanda consistente em segmentos como habitação e infraestrutura, o setor enfrenta dificuldades para sustentar a mesma confiança observada nos últimos dois anos.
Para o FGV IBRE, será fundamental que haja estabilidade nas políticas econômicas e avanço em reformas estruturais para que o setor mantenha sua trajetória de recuperação e contribua de forma robusta para o crescimento econômico do país.
Apesar de seguir em trajetória de crescimento, a construção civil no Brasil enfrenta um ambiente de incerteza econômica que vem afetando a confiança dos empresários do setor. Esse foi o tom da Reunião de Conjuntura Econômica do SindusCon-SP, realizada em 30 de abril, que reuniu nomes de peso como Yorki Estefan, presidente da entidade; Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia; Ana Maria Castelo, do FGV IBRE; e o economista Robson Gonçalves, também da FGV.
Segundo Eduardo Zaidan, “o setor segue crescendo, mas a falta de previsibilidade da economia e os entraves estruturais têm deixado o empresário cada vez mais reticente para novos investimentos”.
A Sondagem da Construção do FGV IBRE, apresentada no encontro, confirmou o cenário de desalento. A pesquisa aponta que a confiança do setor recuou, especialmente entre as empresas que atuam com edificações. As que operam em infraestrutura permanecem menos pessimistas, com expectativa moderada de melhora nos negócios nos próximos meses.
Ana Maria Castelo destacou que os principais obstáculos continuam sendo a demanda insuficiente e a falta de mão de obra qualificada. No caso das empresas ligadas ao programa Minha Casa, Minha Vida, a burocracia e o custo da mão de obra foram os entraves mais citados. Ainda assim, os lançamentos cresceram acima das vendas no primeiro trimestre.
A economista também alertou para a aceleração dos custos da construção, puxada pela mão de obra, cuja alta acumulada em 12 meses atingiu 8,39% na cidade de São Paulo.
O presidente do SindusCon-SP, Yorki Estefan, reforçou a preocupação com o aumento de custos e o ambiente jurídico instável. “É fundamental que as empresas protejam o caixa ao máximo neste cenário volátil”, afirmou.
Do ponto de vista macroeconômico, Robson Gonçalves alertou para os riscos da inflação persistente e a dificuldade em cumprir a meta inflacionária, o que pode manter os juros altos por mais tempo. “A política econômica ainda carece de um horizonte sustentável de crescimento”, disse.
Ana Maria Castelo concluiu destacando o encarecimento do crédito à produção, o que torna o setor cada vez mais dependente do mercado de capitais. No entanto, ressaltou que a construção civil segue sendo uma âncora de resiliência econômica, sustentada por recursos direcionados como FGTS, poupança e, mais recentemente, verbas do Pré-Sal.
Para mais informações, segue o link da apresentação da Conjuntura Econômica do SindusCon-SP referente ao mês de abril.
