De acordo com especialista, apesar de sua importância vital, o setor civil brasileiro permanece preso a métodos tradicionais, essencialmente artesanais, que pouco evoluíram nas últimas décadas.

O Brasil enfrenta um dos maiores desafios sociais de sua história: o déficit habitacional, que já ultrapassa 6 milhões de moradias, segundo a Fundação João Pinheiro. Em comparação com 2019, houve um crescimento de 4,2%, o que significa que milhões de brasileiros seguem sem acesso a uma moradia adequada — um reflexo direto de uma construção civil defasada e tecnologicamente estagnada.
Apesar de sua importância vital para a economia e para a sociedade, o setor da construção civil brasileira permanece preso a métodos tradicionais, essencialmente artesanais, que pouco evoluíram nas últimas décadas.
Ainda empilhamos tijolos como há 200 anos, convivendo com baixa produtividade, altos índices de desperdício e custos elevados — um cenário que agrava o déficit habitacional, gera escassez de mão de obra qualificada e sofre com o aumento no preço dos materiais, como cimento e tijolos.
Atraso tecnológico e baixa produtividade
Enquanto outros setores avançam, a construção civil segue no retrocesso. Um estudo da McKinsey aponta que a construção é o segundo setor menos impactado pela tecnologia no mundo, à frente apenas da pesca.
No Brasil, a situação é ainda mais crítica: nossa produtividade média é 30% inferior à de países com realidades econômicas semelhantes, segundo SindusCon e FGV.
A pergunta que se impõe é: até quando vamos aceitar essa defasagem?
O caminho inevitável: industrialização e tecnologia
A resposta passa pela industrialização e pela modernização do setor.
Modelos construtivos como o Light Steel Frame vêm se consolidando como alternativas inovadoras, eficientes e sustentáveis.
Já são mais de 2 milhões de m² projetados e vendidos com essa tecnologia no Brasil, e esse número prova que a mudança já começou, mas precisa ser acelerada.
Diferente do modelo convencional, o Steel Frame utiliza componentes pré-fabricados e processos industriais, transformando o canteiro de obras em uma linha de montagem organizada e eficiente.
Entre os principais benefícios, destacam-se:
– Redução de prazos e custos;
– Minimização de perdas e desperdícios;
– Melhoria na qualidade final das edificações;
– Sustentabilidade, com menor impacto ambiental;
– Precisão fabril, garantindo controle e confiabilidade em todas as etapas.
Além disso, a padronização de componentes e a execução simultânea de etapas reduzem drasticamente os retrabalhos e os atrasos, problemas crônicos na construção tradicional.
Hora do choque de realidade
O déficit habitacional, a crise de produtividade e os impactos ambientais não serão resolvidos com mais tijolos.
A construção civil brasileira precisa seguir o mesmo caminho de inovação que transformou outros setores da economia.
É urgente adotar soluções industriais, tecnológicas e inteligentes.
Caso contrário, corremos o risco de desmoronar como setor — não por falta de demanda, mas por falta de evolução.