No setor da construção civil, onde os investimentos são altos e os riscos ainda maiores, negligenciar o planejamento preventivo pode custar caro — literalmente.

Construir vai muito além de levantar paredes: é tomar decisões responsáveis desde o primeiro traço no papel. A prevenção, muitas vezes subestimada, é o verdadeiro alicerce de uma obra segura, econômica e duradoura.
Um setor de grandes números e grandes desafios
Em 2024, a construção civil movimentou R$ 359,5 bilhões, representando um crescimento de 4,3% no PIB nacional, segundo o IBGE. O desempenho também se refletiu no mercado de trabalho, com mais de 7,8 milhões de pessoas empregadas no setor.
Mas o cenário de 2025 tem mostrado um ritmo mais lento: no primeiro semestre, o setor registrou duas quedas consecutivas no PIB, de 0,8% e 0,2%, reflexo de juros altos e crédito restrito.
Nesse contexto, cada erro custa caro.
Um estudo setorial estima que até 70% dos custos de uma obra poderiam ser reduzidos com o uso adequado de práticas preventivas — desde o planejamento do projeto até a gestão da segurança no canteiro de obras.
Economizar nessa fase pode parecer vantajoso, mas geralmente resulta em retrabalhos, atrasos, desperdício de materiais e riscos à integridade estrutural e humana.
Os riscos humanos e os custos invisíveis
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, o Brasil registrou 499.955 acidentes típicos de trabalho em 2023, com 2.888 mortes — sendo a construção civil um dos setores mais afetados.
Em São Paulo, apenas em 2024, foram 11.987 acidentes e 57 mortes, um aumento em relação aos 52 óbitos de 2023. O primeiro trimestre de 2025 já apontava alta de 13,9% nos acidentes, evidenciando a urgência de uma cultura preventiva mais sólida.
Grande parte desses casos poderia ser evitada com o cumprimento rigoroso das normas técnicas, uso correto de EPIs, treinamentos periódicos, projetos bem dimensionados e fiscalização contínua.
Além do custo humano — impossível de mensurar —, os acidentes geram prejuízos financeiros, paralisações, ações judiciais e danos à reputação das empresas envolvidas.
Prevenção é estratégia, não custo
A prevenção também se estende às decisões estratégicas: análise do solo, respeito à legislação urbanística, uso de materiais certificados e contratação de profissionais habilitados.
Projetos que consideram fatores estruturais, ambientais e logísticos desde o início reduzem drasticamente as chances de erro e ampliam a vida útil da edificação.
Mesmo em obras de pequeno porte, falhas podem ser graves.
Infiltrações, rachaduras, sobrecargas estruturais, colapsos e acidentes são, em muitos casos, consequências diretas de planejamento inadequado e execução falha.
Construir com prevenção é construir com inteligência — transformando o canteiro de obras em um espaço seguro, produtivo e sustentável, que protege investimentos, vidas e o meio ambiente.
Em um setor que movimenta bilhões e emprega milhões de brasileiros, a prevenção não deve ser vista como custo, mas como garantia de retorno e de perenidade.
Impermeabilização: o pilar silencioso da durabilidade
Entre os pilares da prevenção está a impermeabilização adequada, uma etapa frequentemente negligenciada, mas decisiva para a longevidade das construções.
A umidade é um dos principais agentes de degradação das edificações, podendo causar infiltrações, corrosão de armaduras, mofo, perda de desempenho térmico e até comprometimento estrutural.
Investir em soluções impermeabilizantes de qualidade, aplicadas conforme as normas técnicas e por profissionais capacitados, assegura não apenas a estanqueidade, mas também o conforto, a salubridade e a valorização do imóvel.
Além de evitar retrabalhos e custos de manutenção, esse cuidado prolonga a vida útil da estrutura e reforça o compromisso com a segurança e sustentabilidade.
O verdadeiro alicerce de uma obra sólida
Se o Brasil pretende continuar avançando na construção de cidades mais seguras e eficientes, é essencial construir com mais consciência.
O verdadeiro alicerce de uma obra sólida não é o concreto — é o planejamento e a prevenção.