De acordo com um relatório de mercado do banco global ING, é provável que o setor de construção europeu não registre crescimento ao longo deste ano.

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O relatório do banco ING aponta que, apesar da escassez significativa de moradias, é improvável que a construção residencial na Europa apresente crescimento neste ano.
A emissão de alvarás de construção para novas casas na União Europeia (UE) atingiu seu nível mais baixo, com leve recuperação recente. No entanto, os números ainda estão muito abaixo dos registrados em 2021, especialmente na Alemanha e na Áustria, onde houve queda superior a 40%.
Um destaque positivo é a Espanha, cujo mercado imobiliário segue aquecido, impulsionado pela valorização dos imóveis. Esse cenário fortaleceu os novos empreendimentos, resultando em um aumento expressivo nas autorizações de construção nos últimos anos.
Na Holanda, houve crescimento nas autorizações em 2024, mas esse avanço perdeu força já no primeiro semestre de 2025. Assim como em outros países europeus, persistem desafios como a escassez de terrenos acessíveis, a complexidade no desenvolvimento de projetos e os atrasos legais.
Investimento em infraestrutura europeia
Enquanto a infraestrutura continua em expansão, o ritmo deve ser modesto. Os investimentos da União Europeia cresceram 4,7% em 2023 e 0,6% em 2024, sustentando parte da produção da construção. Esse segmento é favorecido pela transição energética, com foco em novas redes elétricas e infraestrutura digital.

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Na Alemanha, os investimentos em infraestrutura cresceram mais de 55% entre 2010 e 2024. Esse aumento foi impulsionado pela necessidade de modernizar uma infraestrutura considerada irregular, com destaque para estradas e infraestrutura digital. Em 2024, o país lançou um plano de investimento em infraestrutura e clima de € 500 bilhões (US$ 580 bilhões), que deve garantir um crescimento ainda mais robusto nos próximos anos.
Na França, por outro lado, a maioria das construtoras planeja reduzir os preços de venda, reflexo da baixa demanda. Já na Holanda, na Polônia e na Turquia, o cenário é diferente: são esperados aumentos significativos nos preços. Na Turquia, a inflação elevada continua pressionando os custos da construção, enquanto na Holanda a demanda aquecida possibilita a valorização dos preços praticados.
De acordo com o relatório do ING, “embora alguns sinais positivos comecem a aparecer, ainda são tímidos. As empreiteiras seguem pessimistas, mas o setor aparenta ter atingido o seu ponto mais baixo”.