Os preços dos principais materiais de construção continuam em alta nos Estados Unidos, gerando preocupação entre empreiteiros e atrasando projetos. O movimento é atribuído, sobretudo, às tarifas comerciais mais rígidas sobre importações de aço, alumínio e cobre.

Segundo a Associated General Contractors of America (AGC), o índice de preços ao produtor para materiais e serviços usados na construção não residencial subiu 0,2% em agosto e acumula alta de 2,5% em 12 meses. Embora o avanço mensal tenha sido modesto, categorias-chave puxaram o índice para cima.
- Alumínio: +5,5% em agosto / +22,8% em 12 meses
- Produtos siderúrgicos: +1,5% em agosto / +13,1% em 12 meses
- Madeira serrada e compensada: +0,5% em agosto / +4,8% em 12 meses
Por outro lado, quedas nos preços de petróleo e gás natural ajudaram a conter uma alta ainda maior.
Impactos nos projetos
O economista-chefe da AGC, Ken Simonson, destacou que o aumento das tarifas abriu espaço para que produtores locais elevassem os preços. Uma pesquisa da AGC em conjunto com o NCCER revelou que 43% dos empreiteiros sofreram cancelamentos, atrasos ou redução de escopo em seus projetos devido ao encarecimento dos materiais.
Para lidar com a situação, duas em cada cinco empresas já aumentaram preços, algumas estão antecipando compras para evitar novas altas e 16% vêm absorvendo parte dos custos ou compartilhando-os com fornecedores. Ainda assim, quase 40% dos empreiteiros esperam novos reajustes nos próximos meses.
Pressão política
O governo Trump ampliou, em 2025, as tarifas sobre o aço e alumínio para 50%, além de incluir o cobre na mesma alíquota a partir de agosto. Para o presidente-executivo da AGC, Jeffrey D. Shoaf, é fundamental resolver disputas comerciais com países como China, Canadá e México:
“Há um limite para a quantidade de aumentos que o mercado consegue absorver antes que os proprietários suspendam projetos”, alertou.
Perspectivas
De acordo com o Indicador de Confiança na Construção da ABC, as empresas seguem otimistas quanto ao desempenho do setor nos próximos seis meses, apesar da alta anualizada de 5,3% nos insumos não residenciais em 2025.
O economista-chefe da entidade, Anirban Basu, reforçou que as tarifas foram determinantes para o aumento em categorias como ferro, aço (+9,2% em 12 meses) e fios e cabos de cobre (+13,8%).