Apesar do desempenho positivo dos volumes na América do Norte durante o período, os resultados financeiros da companhia foram pressionados pelo elevado nível de importação de aço no Brasil, que aumentou a concorrência no mercado interno e reduziu as margens.

A Gerdau encerrou o segundo trimestre de 2025 com Ebitda ajustado — lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — de R$ 2,6 bilhões, equivalente a uma margem de 14,6%. No período, o lucro líquido ajustado somou R$ 864 milhões, enquanto a receita líquida alcançou R$ 17,5 bilhões e as vendas físicas de aço totalizaram 2,8 milhões de toneladas.
Segundo o CEO Gustavo Werneck, o mercado norte-americano manteve-se resiliente, com demanda saudável por aço, favorecida por um cenário mais positivo para a produção doméstica e por um leve aumento nos volumes entregues localmente. A Operação América do Norte respondeu por 61% do Ebitda consolidado no trimestre, operando com altos níveis de utilização de capacidade.
No Brasil, porém, o desempenho foi pressionado pela entrada excessiva de aços longos e planos importados, que cresceram 28,8% no primeiro semestre. “A Gerdau segue preparada para enfrentar cenários macroeconômicos incertos, mas é essencial termos condições isonômicas de competitividade no mercado brasileiro para assegurar a sustentabilidade do negócio”, reforça Werneck.
Investimentos — Entre abril e junho, a companhia investiu R$ 1,6 bilhão, sendo 46% em manutenção e 54% em projetos de expansão e atualização tecnológica. Para 2025, o plano de investimentos prevê R$ 6 bilhões.
De acordo com o CFO Rafael Japur, o desempenho do trimestre evidencia a força do modelo de negócios da Gerdau, baseado na diversificação geográfica de ativos e na flexibilidade produtiva. Ele destaca também o avanço de 72% na obra da mina de Miguel Burnier, em Ouro Preto (MG), projeto de mineração sustentável que poderá gerar um ganho potencial anual de Ebitda de R$ 1,1 bilhão.