Entidade destaca que medida compromete cadeias produtivas integradas entre os dois países e agrava custos para empresas e consumidores

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) se manifestou nesta terça-feira (4) contra a nova medida do governo dos Estados Unidos que impõe tarifas adicionais sobre o aço e o alumínio importados do Brasil. Segundo a entidade, a decisão traz impactos negativos diretos tanto para a indústria brasileira quanto para a americana, que compartilham cadeias produtivas estratégicas e interdependentes.
De acordo com a CNI, a taxação representa um retrocesso nas relações comerciais bilaterais e agrava os custos operacionais de segmentos que dependem da importação de insumos brasileiros — considerados de alta qualidade e com preços competitivos no mercado internacional.
“Essa decisão desconsidera os vínculos industriais entre os dois países, penalizando setores como o automobilístico, o de construção civil e o de bens de capital, nos EUA e no Brasil”, afirmou em nota o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Relação desequilibrada
O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá. Em 2023, as exportações brasileiras de produtos siderúrgicos para o mercado americano somaram mais de US$ 2,5 bilhões. Grande parte desse volume é composta por aço semiacabado, utilizado por siderúrgicas norte-americanas para fabricação de produtos acabados.
Segundo a CNI, a nova taxação contradiz os esforços recentes para estreitar relações diplomáticas e econômicas entre os dois países e coloca em risco milhares de empregos nas cadeias produtivas dos dois lados.
Apelo ao diálogo
A Confederação defende a reabertura imediata de negociações diplomáticas entre os governos brasileiro e americano, com apoio do setor privado, para buscar alternativas à taxação, garantindo a previsibilidade e a estabilidade necessárias às relações comerciais.
“Medidas unilaterais como essa afetam a confiança dos investidores e minam a competitividade da indústria brasileira no mercado global”, concluiu a nota.
A CNI já iniciou articulações com o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para tratar do tema em fóruns internacionais e reforçar a importância da integração produtiva entre os dois países.