Apesar da crescente adoção de tecnologias digitais no setor da construção, praticamente metade das empresas no Reino Unido ainda operam com processos baseados em papel, segundo levantamento recente.

O paradoxo da digitalização no setor da construção
A «transformação digital» é amplamente discutida como essencial para a indústria da construção — com promessas de maior eficiência, produtividade e transparência. No entanto, o uso persistente de documentos impressos, registros manuais e formulários físicos revela uma lacuna entre a teoria e a prática.
Principais razões para a dependência do papel
Entre os fatores que explicam por que muitas empresas ainda dependem do papel estão:
- A estrutura fragmentada do setor e a prevalência de empresas de menor porte, que podem enfrentar falta de recursos ou sistemas integrados para migrar totalmente para o digital.
- A falta de cultura digital, treinamento ou confiança em novas plataformas, fazendo com que muitos retornem aos métodos tradicionais.
- A implementação parcial de tecnologias: ter ferramentas digitais não basta se os processos e fluxos de trabalho continuarem baseados em papel.
- O hábito e as práticas consolidadas, que tornam a mudança mais lenta e delicada.
Impactos para produtividade e eficiência
Manter processos em papel traz consequências claras: maior propensão a erros, retrabalho, atrasos e menor visibilidade de dados em tempo real.
As empresas que ainda operam com documentação física tendem a ficar em desvantagem em relação àquelas que já digitalizaram seus fluxos de trabalho e aproveitam melhor dados, automação e monitoramento digital.
Caminhos para a mudança
Para reverter essa situação, o setor precisa trabalhar em três frentes:
- Investir em formação e capacitação digital de todos os níveis da empresa — do canteiro até a diretoria.
- Migrar para workflows digitais padronizados, com metas claras de redução ou eliminação do uso de papel.
- Adotar tecnologias integradas que conectem o canteiro de obras ao escritório, garantindo que os dados fluam e sejam utilizados para decisões — e não apenas arquivados.