Com uso de blockchain e contratos inteligentes, o mercado imobiliário brasileiro avança rumo à digitalização total, reduzindo custos operacionais, ampliando o acesso de investidores e garantindo maior segurança nas transações.

A tokenização de ativos imobiliários, viabilizada pela tecnologia blockchain, está moldando um novo paradigma para o setor, com ganhos expressivos em eficiência, transparência e acessibilidade. A inovação representa uma mudança estrutural no modelo de negócios, revolucionando a forma de investir, registrar e negociar imóveis.
Embora países como os Emirados Árabes Unidos já adotem oficialmente tokens em escrituras públicas — Dubai regulamentou a prática em 2025 —, o Brasil saiu na frente. Em 2021, no Rio Grande do Sul, foi registrada a primeira permuta de imóveis em cartório com uso de tokens, marco que posicionou o país como um dos líderes globais da transformação digital imobiliária.
Avanço institucional e tecnologia de ponta
O progresso brasileiro só foi possível graças à integração entre cartórios, entidades reguladoras, mercado da construção civil e empresas de tecnologia. Um dos principais marcos é o Sistema de Governança e Registro (SGR), desenvolvido pelo Cofeci/Creci, que utiliza blockchain híbrida e criptografia avançada para garantir segurança jurídica e integridade documental. Entre suas funcionalidades, destacam-se:
- Registros imutáveis, impossíveis de serem alterados sem autorização;
- Proteção de dados sensíveis com criptografia de última geração;
- Contratos inteligentes, que automatizam pagamentos e cláusulas;
- Integração com plataformas oficiais, como e-Notariado e SERP, possibilitando operações 100% digitais e com validade legal.
Impactos no mercado imobiliário
A tokenização está transformando o setor em diferentes frentes:
✅ Captação de recursos democratizada – Empreendimentos podem emitir tokens lastreados em imóveis, atraindo desde investidores globais até pequenos aplicadores, acelerando projetos e reduzindo dependência de grandes financiadores.
✅ Agilidade e economia – Com menos intermediários, as transações ficam mais rápidas, seguras e baratas, diminuindo custos cartoriais e burocráticos.
✅ Fracionamento de ativos – Imóveis podem ser negociados em frações digitais, aumentando a liquidez e ampliando o acesso a investidores com menor capital.
✅ Transparência total – Todos os registros são auditáveis e imutáveis, reduzindo fraudes e aumentando a confiança no mercado.
✅ Mudança cultural no investimento – Com imóveis transformados em ativos digitais, o setor atrai um público mais jovem, globalizado e conectado.
✅ Padronização e integração sistêmica – A blockchain facilita a padronização de contratos e a comunicação entre diferentes plataformas e órgãos reguladores.
Brasil na vanguarda da nova era imobiliária
A tokenização não é uma tendência passageira, mas um movimento irreversível rumo a um mercado mais digital, descentralizado e acessível. Especialistas projetam que, em breve, negociar frações digitais de imóveis será tão comum quanto comprar ações na bolsa, consolidando o Brasil como protagonista mundial nessa revolução do investimento imobiliário.